O formigueiro na barriga mal se sente
Mas sobre tudo matuto freneticamente
E desdenho as frias pernas para o lado.
Imediatamente levantado
Com tonturas de uma apoplexia
Estende-se a ignorante alexia
Neste vazio olhar ofuscado.
Imagens sobressaem-se à vista:
Uma figura rude e obtusa diante mim
Antagónica ao doce Serafim
Dá-me uma visão de artista.
Imersa na envolvente escuridão
Escuto a rouquidão inaudível
Da monstruosidade imperceptível
De um aparente gordíssimo sultão.
Uma larga beiça move-se agitada
Sob um olhar notavelmente papudo
E um contorno bastante barrigudo
Distingue-se na minha cabeça afanada.
Era autoritário e incrivelmente feio
Robusto e de bigode meio paternal
Usava um áspero casaco de cabedal
Cobrindo o imenso interior cheio.
Barafustava num desconhecido alemão
Dando ordens como um militar autoritário
Era mais que isso: um alto comissário!
Outrora um vil e mal comportado rufião.
Mal lhe contava as exigentes rugas do rosto
Quando inesperadamente perco os sentidos
E num daqueles déjà vu desconhecidos
Acordo mais uma vez indisposto.
Francis
Francis
2 comentários:
sempre achei que fosse uma ideia muito original e diferente essa maneira expor uma imagem, decompondo-a em vários recortes da mesma. um trabalho muito bom, tanto da parte escrita como fotográfica!
A parte fotográfica nem foi propositada vi que realmente se relacionava com o que escrevi mas nem está aquela coisa. Pensava que este ia ser daqueles de que ninguém iria gostar mas afinal até nem está mau.
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