segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

a nosy guy who thinks he's an artist

Ora, aqui está uma poema acerca de um aspirante a artista que se sente como um abelhudo numa espécie de "art sitcom":

Adormeci hoje a pensar que era artista,
Acordei sobressaltado fiz uma triste descoberta,
Tudo não passou de fogo de vista,
Nada era senão mais que uma vontade incerta,

Conheço artistas, convivo com eles,
Até mesmo verdadeiros escritores,
Têm talento e eu não sou daqueles,
Fotógrafos, desenhadores...

Como eu os admiro,
Sabem fazer uso da arte, 
Daquela que eu não respiro,
Daquela que eu não faço parte,

Como os queria alcançar,
São tão originais,
Não vale a pena pôr-me a pensar,
Como eles não há iguais,

Uns dizem-me que sou uma promessa,
Sabem... aqueles que conheço,
Pobres coitados, não são bons da cabeça,
Por eles tenho muito apreço,

Sou só mais um rapaz da ciência,
Não nasci para desenhar,
Fico sem paciência,
Limito-me a factos constatar,

Continuo com a escrita,
Faço pelos que me querem bem e por mim,
É a minha arte favorita,
Espero que acabem por gostar não só porque sim,

Quem sabe se um desconhecido aprecia isto?
Um daqueles com conhecimento,
Talvez eu até perceba disto,
Estou certo que me daria algum alento,


Disseram-me que tinha o estudo,
E que me faltava o dom,
Não tenho graça e não passo de um abelhudo,
Numa espécie de "art sitcom",


Preciso de alguém, 
Sinto-me mal,
Mais um texto que ficará aqui no armazém,
Vem cá meu velho Pascal.

Texto: Francisco Reis.

Pode estar muito mau mas acreditem que saiu-me francamente bem

2 comentários:

el pascal disse...

estou a chorar de comoção

niki disse...

grande pascal

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